Dicas para provas de
Múltipla Escolha
Quase
todos os exames vestibulares e o ENEM são provas de múltipla escolha. É normal
que o aluno, por mais que tenha se preparado, sinta-se um pouco nervoso no dia
do exame, pois afinal, tanto um como outro podem decidir seu futuro educacional
e até profissional.
Nosso objetivo neste artigo é sugerir
algumas dicas para ajudar o estudante a maximizar seu desempenho em provas de
múltipla escolha e verdadeiro/falso. É importante ressaltar que, às vezes, o
desempenho em uma prova de múltipla escolha não reflete conhecimento ou
preparo: há alunos mal preparados que têm bom desempenho na prova e há alunos
bem preparados que tem desempenho pior do que o esperado. O motivo disso é que
um teste cujas questões não são dissertativas não oferece ao aluno a
oportunidade de demonstrar o quanto entende do assunto. Em uma questão de
múltipla escolha, há apenas certo ou errado. Isso significa que alguém com
sorte na prova pode ter melhor desempenho do que outro que realmente se
preparou, mas que tem dificuldades em responder a perguntas de múltipla
escolha.
Muitos alunos têm dificuldades com
questões de múltipla escolha porque as alternativas são frequentemente ambíguas
e muito parecidas, umas com as outras. As questões são elaboradas dessa forma
para confundir os alunos – mesmo aqueles que têm bom conhecimento do assunto
testado. Nosso objetivo neste artigo é ensinar o aluno a empregar o raciocínio
dedutivo, a lógica e o bom senso para escolher bem em questões de múltipla
escolha – principalmente quando ele não sabe com plena certeza a resposta
correta. Nossa meta é que as dicas a seguir o ajudem a maximizar seu desempenho
na prova e a se sentir mais confiante ao responder às perguntas.
Dicas
para provas de múltipla escolha:
1. Leia a questão por inteiro
antes de responder a ela. Muitos alunos cometem o erro de responder à questão
antes de lê-la na íntegra e, às vezes, escolhem uma alternativa que, embora
seja verdadeira, não é a resposta à pergunta. Trata-se de uma “pegadinha” muito
comum. De fato, o tempo é limitado, mas leia todas as questões do começo ao
fim!
2. Após ler a questão inteira,
pense na resposta antes de ler as alternativas. Desse modo, há menos chance de
você se deixar confundir por alternativas parecidas e ambíguas.
3. Elimine as alternativas que
são obviamente incorretas. Em cada questão, há geralmente uma ou duas
alternativas que são gritantemente erradas – muitas delas nem fazem sentido.
Mesmo que você não saiba a resposta à pergunta, ao eliminar as alternativas que
são evidentemente incorretas, passa a ter mais chances de escolher a resposta
certa. Por exemplo, se conseguir eliminar duas alternativas, e não tiver ideia
da resposta correta, há 1/3 de chance de você escolhê-la. Afinal, sobraram três
alternativas possíveis. Escolha uma delas. Se de cada três questões de cuja
resposta você não tem ideia, você acertar uma, seu resultado na prova será
melhor. Isso pode fazer toda a diferença e garantir sua vaga na faculdade e no
curso de sua escolha.
4. Leia todas as alternativas
antes de escolher uma delas. Em várias questões, há diversas respostas
plausíveis. É importante lembrar: você precisa escolher a resposta que melhor
responde à questão, e não simplesmente uma resposta que, teoricamente, pode ser
considerada verdadeira.
5. Se a prova não o penaliza
por escolher uma alternativa incorreta, responda a todas as questões. Não deixe
nenhuma delas em branco, mesmo que não tenha a mínima ideia da resposta. Não
responder à questão equivale a escolher a resposta incorreta. Mas se você
adivinhar a resposta, há pelo menos a possibilidade de ter adivinhado
corretamente. Os corretores da prova não têm como saber se você respondeu à
questão corretamente porque sabia a resposta ou porque adivinhou e, para eles,
não faz diferença. O que vale é a escolha da alternativa correta. Portanto,
preencha uma resposta para todas as questões da prova.
6. Após responder a uma
questão, não mude a resposta, a menos que tenha certeza de que errou. Estudos
demonstram que a primeira escolha é geralmente a correta. Portanto, não se
deixe levar por dúvidas e mudar suas respostas. Mude-a apenas se notar que
preencheu a alternativa de forma incorreta (por exemplo, você pretendia
escolher a alternativa b e, sem querer, escolheu a alternativa c) ou se, de repente, se
lembrar de algum fato relevante à questão do qual não se lembrara quando a
respondeu.
7. Em provas de múltipla
escolha, é comum que haja opções como: “Todas as alternativas estão corretas” e
“Nenhuma das alternativas está correta”. Se você tem certeza de que uma delas é
correta, evidentemente não escolherá a resposta “Nenhuma das alternativas está
correta”. Se tem certeza de que uma das alternativas é incorreta, tampouco
escolherá a alternativa “Todas as alternativas estão corretas”. Essa dica
parece óbvia, mas, frequentemente, esse tipo de pergunta confunde o aluno, em
especial se ele estiver nervoso durante o exame.
8. Se houver alguma pergunta
com alternativas “Todas as alternativas estão corretas” e “Nenhuma das
alternativas está correta”, e você notar que há, no mínimo, duas alternativas
corretas, é provável que a resposta certa seja “Todas as alternativas estão
corretas”. Mas mesmo que você saiba que duas delas estão incorretas, pense bem
antes de marcar “Todas as alternativas estão incorretas”. Dificilmente essa
será a resposta certa, pois o exame quer testar seu conhecimento, e não sua
habilidade de detectar o que é falso ou incorreto. “Nenhuma das alternativas” é
usada com frequência porque quem escreveu a questão não consegue pensar em mais
de três ou quatro alternativas plausíveis para ela. Obviamente, não podemos garantir
que seja sempre esse o caso. Nosso propósito aqui é oferecer dicas, não
garantias.
9. Em muitos casos, a
alternativa correta é a mais longa – a que traz mais informação. Se você não
tem ideia da resposta e não consegue eliminar nenhuma das alternativas, escolha
a mais longa.
10. Se há duas alternativas
antitéticas, isto é, uma é o oposto da outra, é provável que uma delas seja a
correta. Portanto, se você não tiver ideia da resposta, escolha uma dessas
duas.
11. Se você conhece o assunto
testado por uma questão, mas está tendo dificuldades em responder a ela porque
parece haver mais de uma resposta possível, compare-as com cuidado. Deve haver
algum detalhe em uma das alternativas que a torne incorreta. Caso contrário –
se houver mais de uma alternativa correta – a questão será eliminada, o que é
algo constrangedor para os autores e administradores do exame.
12. Lembre-se de que você está
sempre buscando a melhor resposta – uma afirmação ou fato que seja sempre
verdadeiro, sem exceção.
Dicas
para provas de múltipla escolha: como adivinhar com inteligência quando você
não faz ideia da resposta
As dicas a seguir devem ser
usadas em último caso, isto é, quando você, aluno, não tem ideia da resposta e
decide adivinhá-la. Em vez de escolher respostas de forma aleatória, de “olhos
fechados”, recomendamos o seguinte:
1. Se há cinco alternativas – a, b, c, d, e – e você precisa adivinhar, mas não
consegue eliminar nenhuma alternativa que seja obviamente incorreta,
recomendamos que escolha a resposta b ou c.
Essa sugestão é, inegavelmente, um pouco radical, mas a fazemos porque muitos
autores de questões de múltipla escolha geralmente colocam a resposta correta
em uma das alternativas do meio. O motivo disso é que muitos alunos
completamente despreparados para a prova decidem escolher a primeira ou a
última resposta para todas as questões, pois acreditam que, dessa forma,
acertarão pelo menos 1/5 das perguntas. Os alunos imaginam que 20% das
respostas são a, 20% são b, 20% são c, 20% são d e 20% são e. Portanto, acreditam que se
escolherem sempre a mesma resposta, acertarão 20% das questões. Para evitar
isso, muitos elaboradores de provas costumam colocar as respostas corretas nas
alternativas b ou c.
Atenção: Muitos alunos se preocupam quando notam
que há um padrão nas alternativas que escolheram. Por exemplo, muitas de suas
respostas são a alternativa b.
Outra possibilidade: as alternativas seguem um padrão como: a, b, a, b, a, b. Ao responder
às questões, não se preocupe com coisas assim. Concentre-se em fazer uma boa
prova. O importante é procurar a alternativa correta, e não se preocupar com
padrões de respostas. Raramente um exame é feito com uma distribuição
estatística equânime entre as respostas. É possível que muitas das alternativas
corretas sejam a mesma letra.
2. Quando uma pergunta,
principalmente na área de Humanas, inclui alternativas com termos muito
absolutos – “sempre” ou “nunca” – é provável que sejam incorretas. Geralmente
são as alternativas que contêm palavras como “geralmente” ou “na maioria dos
casos” que são as corretas. O motivo disso é que, com exceção de uma Ciência
Exata como Matemática, afirmar que algo é sempre verdadeiro dá margem a que a
questão seja contestada e, possivelmente, anulada.
Alternativas
Verdadeiro/Falso (Certo/Errado)
Há vestibulares que utilizam
questões Verdadeiro/Falso em vez de questões de Múltipla Escolha. Não são
muitos os vestibulares que fazem isso, mas sugerimos algumas dicas para provas
desse tipo.
1. Geralmente há mais
alternativas verdadeiras do que falsas na prova. Lembre-se de que os
examinadores querem testar o quanto você conhece e não o fato de você conseguir
detectar informações incorretas.
2. Se você não for penalizado
por escolher a resposta errada, sempre adivinhe, mesmo que você não tenha a
menor ideia se a resposta é “verdadeiro” ou “falso”. Lembre-se de que em uma
prova Verdadeiro/Falso, você sempre tem, no mínimo, 50% de chance de escolher a
resposta correta. Afinal, há apenas duas possibilidades.
3. Leia a pergunta com muito
cuidado antes de responder a ela. Os examinadores sabem que há apenas duas
respostas (portanto, há muita chance de alguém fazer uma boa prova mesmo que
não esteja bem preparado) e eles não querem que alunos mal preparados tenham um
bom desempenho no exame. Portanto, as perguntas podem conter “pegadinhas”.
4. Ao mesmo tempo, não se
torne paranóico: se você sabe a resposta, não fique imaginando que seja uma
pegadinha. Por exemplo: Verdadeiro ou Falso: O Canadá se localiza na América do
Norte. Você pode pensar que a pergunta é óbvia demais e que, portanto, deve
haver uma pegadinha. Não há. Pode ser óbvia para você, mas não para outras
pessoas.
5. Palavras como “sempre” e
“nunca” geralmente indicam que a resposta é falsa. Por exemplo: Verdadeiro ou
Falso: No Brasil, nunca neva. A alternativa não pode ser “Verdadeiro”, pois
apesar de ser um evento raro, já nevou no Brasil.
6. Palavras e frases como
“geralmente”, “às vezes”, “em muitos casos”, em geral significam que a resposta
é “Verdadeiro”.
7. É importante ressaltar que,
se qualquer parte de uma questão de Verdadeiro/Falso for incorreta, a resposta
será necessariamente “Falso”. Contudo, se parte de uma frase for verdadeira,
isso não significa que toda a afirmação é verdadeira. Todas as informações
precisam estar corretas para que a resposta seja “Verdadeiro”.
Exemplos:
1. Os
Estados Unidos e a Inglaterra eram aliados durante a Segunda Guerra Mundial e
venceram a guerra.
Ambas as afirmações estão corretas. Portanto, a resposta é: Verdadeiro.
Veja agora o próximo exemplo:
2. A capital
do Brasil é Brasília e se localiza no Amazonas.
Note que há duas afirmações. A primeira é correta, mas a segunda é incorreta.
Assim, a resposta é: Falso. Esse exemplo demonstra porque é importante você ler
a questão inteira. A primeira parte dela é correta. O aluno pode, por
conseguinte, escolher a alternativa “Verdadeiro”, antes de terminar de ler a
questão. Nesse exemplo, ela é composta por apenas uma frase. Mas há questões
mais longas. Muitos alunos, preocupados com o limite de tempo, respondem à
pergunta antes de lê-la por completo e isso é extremamente desaconselhável.
Muitas parecem estar perguntando uma coisa e daí, no meio da questão, mudam de
assunto. Se você não a ler a questão na íntegra, corre o risco de escolher uma
resposta que seja factualmente verdadeira, mas que não seja a resposta à
pergunta formulada.
O 10emtudo deseja a
você, aluno, muito sucesso em todas as suas provas – seja no colégio, no
vestibular ou no ENEM.