Como escrever um soneto
Vai pelo mundo, e vive, e sofre, e ama;
Sabe do vate as grimpas do Himalaia;
Recolhe a luz que na amplidão se espraia;
dos astros rouba a luminosa chama
e volve e, sem que a adulação te atraia,
apenas pelos olhos de uma dama,
quatorze versos no papel derrama,
plenos de inspiração profunda e gaia...
Quatorze versos claros, puros, vivos:
verbos rimando com os substantivos,
qual da arte nobre a música os requer...
Depois, proclama e que alto se destaque:
Se o mundo vale um verso de Bilac,
vale o soneto um beijo de mulher.
(Leonardo Henke - Velhas cantigas de sempre.
Ed. do autor. Curitiba. década de 1980.)
Ed. do autor. Curitiba. década de 1980.)
Obs: Leonardo Henke foi distinguido com o título de Príncipe
dos poetas Paranaense - Pela Academia Paranaense
de Letras em 1969. Onde foi o 1º ocupante da cadeira nº 28.